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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Relação EMG integrada dos músculos vasto medial oblíquo e vasto lateral longo na marcha em sujeitos com e sem síndrome de dor femoropatelar

A síndrome da dor femoropatelar (SDFP) é um problema usual, sendo uma das desordens mais comuns que afetam o mecanismo extensor do joelho, ocorrendo mais freqüentemente em mulheres. Sua incidência varia entre 10 e 40%, as maiores taxas ocorrendo em atletas. O fator etiológico mais aceito para a SDFP é o deslocamento anormal da patela. Nessa situação, ocorreria um desequilíbrio entre os músculos estabilizadores primários da patela. A força gerada pelo músculo vasto lateral (VL), não sendo adequadamente equilibrada pela força medial do vasto medial oblíquo (VMO), resulta em deslocamento lateral e mau alinhamento da patela.
VMO é o principal estabilizador medial da patela. Para manter o alinhamento normal
é necessário haver um equilíbrio na ativação dos músculos VMO e VL. Dessa forma, a relação anormal no padrão de ativação desses músculos poderia alterar a dinâmica da articulação femoropatelar. Arelação VMO/VL deveria ser de 1:1 em sujeitos clinicamente normais e significativamente menor naqueles com SDFP. Portanto, o treinamento e/ou fortalecimento do
VMO torna-se uma parte do programa de reabilitação nos sujeitos com SDFP. A contração excêntrica do quadríceps, na fase de apoio do ciclo da marcha, é considerada o mecanismo absorvedor dinâmico primário de choque durante a aceitação de peso. Entretanto, para pacientes com SDFP, o aumento da flexão do joelho na resposta a carga e da contração do quadríceps elevaria as forças de reação na articulação femoropatelar, induzindo alterações biomecânicas na articulação femoropatelar. Clinicamente, sujeitos com dor femoropatelar relatam limitações na marcha, particularmente durante o subir /descer escadas e andar em planos inclinados. O desconforto associado com essas atividades geralmente resulta em modificação nos padrões da marcha, numa tentativa de reduzir as demandas musculares e, conseqüentemente, a dor.
Apesar de existirem estudos sobre a análise dos parâmetros da marcha em sujeitos com disfunção femoropatelar, nenhum deles avaliou a relação VMO/ VLL durante essa atividade funcional, tanto em sujeitos clinicamente saudáveis como naqueles com SDFP. Um recente estudo, objetivou analisar a relação de ativação EMG do VMO/VL entre indivíduos normal e com SDFP durante duas situações de caminhadas, no plano ou com 5 graus de inclinação na esteira ergométrica. Foi demonstrado que não existe diferença significativa na relação VMO/VL entre os dois grupos, independente da condição. Este estudo, nas condições experimentais utilizadas, verificou que sujeitos clinicamente normais e com síndrome de dor femoropatelar apresentaram relação VMO/VLL similar tanto no andar na esteira em superfície plana quanto em inclinada (Santos et al. 2007).
Este estudo é uma importante ferramenta de aplicação para professores de educação física, fisioterapeutas, treinadores físicos, etc, que trabalham com indivíduos com SDFP, pois adiciona novas informações para aplicação de exercício nestes indivíduos. Contudo, é sempre importante levar em consideração o bom senso, ou seja, se o paciente ou aluno está ou não sentindo dor, antes de prescrever uma ou a outra situação, para que a dor não limite a deambulação e a progreção de melhoras da pessoa com a SDFP.

Juliano Machado
Mestre em Fisiologia da Performance (UFPR - 2010)
Especialista em Fisiologia do Exercício (UFPR - 2009)
Especialista em Fisiologia do Exercício (Gama Filho - 2008)
Licenciatura Plena em Educação Física (UNIVILLE - 2006)
Personal Trainer, jumachado17@yahoo.com.br

Fonte: Santos GM et al. Relação eletromiográfica integrada dos músculos vasto medial oblíquo e vasto lateral longo na marcha em sujeitos com e sem síndrome de dor femoropatelar. Rev Bras Med Esporte _ Vol. 13, Nº 1 – Jan/Fev, 2007

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