Total de visualizações de página

sábado, 12 de fevereiro de 2011

PARADGIMAS DA PERIODIZAÇÃO DE TREINAMENTO

 

HISTÓRIA DA PERIODIZAÇÃO DE TREINAMENTO.

Com o ressurgimento dos jogos olímpicos e a criação de federações internacionais viu-se necessária a criação de uma base metodólica e racional da preparação desportiva de atletas de alto rendimento.

A necessidade da regulamentação de equipamentos,instalações,indíces desportivos levou a um denominador comum onde a sistematização de fases,períodos entre outras nomenclaturas adicionais tornou-se necessária para a preparação racional do atleta.

Criou-se na Rússia (São Petersburgo) em 1896, P.F.Lesgaft abriu oficioalmente “cusos para professores e coordenadores de educação física” reconhecido como nível superior.

Vemos aí a grande necessidade de um profissional de nossa área desde 1896 a necessidade da preparação de bons profissionais ja era necessária.

Em 1918 em Moscou foi criado o Instituto Estatal Central de Cultura Física,1930 na Ucrânia algo semelhante fora criado, em 1931 Cria-se o instituto Ucrâniano de Pesquizas em cultura física e esportes.

Estas instituições visavam a criação de materias metologicos e didáditos para a abordagem prática para treinadores e seus atletas,investigações,coletas e demais ja eram feitas não com métodos hoje utilizados logicamente mas ve-se aí um grande avanço no que se diz respeito a ciência que é a periodização de treinamento.

Logo depois varias instituições foram criadas em todas as partes do mundo,visando o rendimento esportivo a maestria esportiva,estabelcendo uma nova era na preparação desportiva visando a formação gradual da técnica desportiva e demais capacidades físicas a serem adquiridas.

Logo percebeu-se que a preparação não se tratava somente de um único parametro mas como cita zartiorsky inúmeros fatores; A visão de um treinamento monótono e de grande volume ja não era mais capaz de garantir uma preparação de qualidade (PLATONOV 2004).

Forma-se então a premissa de um periodo de base onde somente exercícios especializados ja não eram tão eficazes para maestria desportiva,mas uma base sólida de preparação geral fora aplicada.

Corredores e nadadores começam a utlizar exercícios com cargas,para uma adaptação e prevenção neuromuscular, e indiretamente na época ja se aplicava tais exercícios para melhora de resposta neuromuscular ou a capacidade de ativação de UMs (unidades motoras),e a preparação especial ganha um precedente em seu ciclo de treinamento o Período de Preparação Geral,para que a qualidades física que formam a base dos atletas seja aprimorada para que o período de preparação espeical seja mais proveitoso e assim exercer uma maior intessidade ou sobrecarga de treinamento.

A partir de 1920 e 1930 surgem estudos biológicos e bioquimicos ligados ao exercício físico,descobertas como A.V. Hill ganhador de um prêmio Nobel na área de metabolismo celular e outras pesquizas dos bioquimicos russos V.I. Palladin 1859-1922 e A.N. Baj 1857-1946 que analizaram o processo de respiração celular chegando a teoria da oxidação biológica.

Nós professores e os admiradores do desporto bem como nossos atletas,alunos e areas correlacionadas devemos perder a noção de que um professor de Ed.física é um mero contador de repetições e ter em mente que as bases criadas para o treinamento seja ele de alto rendimento ou não vem da descoberta de geneticistas,biólogos,bioquimicos,fisiologistas e o grande progresso de nossa área se deve a pesquizadores que não estudos os processos de forma mecânica,ou de forma direta do exercício mas sim que um conjunto de fatores biológicos e fisiológicos é necessário para o objetivo específico.

Temos a noção de que para saber qual é a faixa correta de batimentos a ser atingida para determinado tipo de objetivo foi descoberta através de fisiologistas que analizaram mecânica respiratória, de biólogos que analizaram o processo de oxido-redução e capacidade oxidativa celular,os endócrinos que analizaram flutuação hormonal em varias faixas de intenssidade de treinamento e que o conjunto de descobertas levou a uma faixa específica de treinamento.

Por fim na minha opinião um grande marco para á história do treinamento onde deixa de ser o teste de cooper um grande avaliador de rendimento em 1937 o inglês Hans Krebs descobre o ciclo do ácido cítrico que é chamado de ciclo de Krebs concedendo a ele em 1953 um prêmio nobel.

MODELOS DE PERIODIZAÇÃO

O modelo grego de periodização denominado TETRA é um dos primeiros modelos utilizados para periodizar o treinamento esportivo,visando os jogos olímpicos, e consistia em um ciclo de três dias de treino por um de repouso ou descanso ativo com duração de até quatro meses.

Com o passar dos anos,ciclos foram incrementados,tempo dos períodos foram propostos de forma onde a visão de maestria esportiva fosse atingida em uma determinada prova ou época,os ciclos foram criando volumes maiores,especializações maiores e fundamentações maiores.

Em 1900-1920 Murphy e Kotov distribuirem os treinamentos em fases,visando a evolução gradual dos atletas,separando em três etapas hoje muito bem conhecidas Geral,preparatória e Especial,seguindo assim um volume de trabalho maior.

Logo após Pihkala, Gorinovski e Birsin, finlandês e russos respectivamente, que surgiram as primeiras tentativas de definição de uma periodização de treino através de um trabalho publicado em 1930, chamado “Athletik” e o  seguinte conjunto de leis surgem: “ a carga deve diminuir progressivamente em volume e aumentar em intensidade”; “o treino específico edifica-se sobre uma ampla base geral”, “o treino deve apresentar uma clara alternância entre o trabalho e a recuperação”. Braz (2006)

Com muitas propostas de periodização de treinamento surgindo comcomitante aos indíces crescentes de marcas esportivas,modelos primando a individualidade biológica começam a fazer parte do cenário.

Todos ja lemos sobre isso,onde cada indíviduo tem uma individualidade biológica diferente e que cada individuo é único como um ser,o que nos leva a pensar “o mesmo treino ou periodização de treinamento para uma pessoa pode ser aplicada para outra?”

E pesquizas nos campos biológicos,bioquimicos e fisiológicos tomam proporções grandes,e adaptações com cargas,volumes etc..agora podem ser feitas de acordo com a aptidão física,percentuais de fibras entre outros fatores que hoje podem ser controlados para sabermos se nosso atleta pode ou não chegar ou topo,e como poderá.

No final dos anos 50 o considerado pai da periodização de treino L.P. matveiv fundamenta o treinamento com base na “SÍNDROME DE ADAPTAÇÃO GERAL”, onde fase de desenvolvimento,conservação e perda são criadas para que se atinja a forma desportiva, assim se criando 3 períodos PRERAÇÃO,COMPETIÇÃO E TRANSIÇÃO.

Dentro das análises de estudos,conseguimos hoje e na época talvez menos distribuir de forma quantitativa e qualitativa as valências,intessidades e descansos a serem dados, as dinâmicas das cargas bem como a sincronização das valências a serem trabalhadas começam a criar fundamentações onde o aumento gradual da forma desportiva se faz necessário para que uma adaptação de treinamento seja gerada e mantida.

Matveiev (1990) elaborou uma periodização com duração de até 12 meses

Com seis meses para preparatório,quatro a cinco para competitivo e um a dois para transição.

Em 1971 surge o modelo pendular por Arosiev e Kalinin

visando o reestabelecimento das capacidades físicas do atleta cria-se uma sequência onde microciclos com descanso ativo são distribuídos para que a perda da forma desportiva não seja tão grande e o descanso passivo é retirado.

Com o passar dos anos inúmeras outras metodologias de treinamento foram criadas;modelo modular em 1970,modelo estrutural por Tschiene,modelo por blocos 1985 pelo famoso  Verchoshanskij e por fim gostaria de citar o modelo ondulatório onde a distribuição das cargas de treinamento são distribuidas de forma onde a ondulação do volume de treinamento são oscilantes diferentemente de outros métodos.

QUAL PERIODIZAÇÃO DE TREINAMENTO É A MAIS EFICAZ?

Monteiro, AG, Aoki, MS, Evangelista, AL, Alveno, DA, Monteiro, GA, Piçarro, IDC, and Ugrinowitsch, C. 

Nonlinear periodization maximizes strength gains in split resistance training routines

J Strength Cond Res 23(4): 1321-1326, 2009-

The purpose of our study was to compare strength gains after 12 weeks of nonperiodized (NP), linear periodized (LP), and nonlinear periodized (NLP) resistance training models using split training routines. Twenty-seven strength-trained men were recruited and randomly assigned to one of 3 balanced groups: NP, LP, and NLP. Strength gains in the leg press and in the bench press exercises were assessed. There were no differences between the training groups in the exercise pre-tests (p > 0.05) (i.e., bench press and leg press). The NLP group was the only group to significantly increase maximum strength in the bench press throughout the 12-week training period. In this group, upper-body strength increased significantly from pre-training to 4 weeks (p < 0.0001), from 4 to 8 weeks (p = 0.004), and from 8 weeks to the post-training (p < 0.02). The NLP group also exhibited an increase in leg press 1 repetition maximum at each time point (pre-training to 4 weeks, 4-8 week, and 8 weeks to post-training, p < 0.0001). The LP group demonstrated strength increases only after the eight training week (p = 0.02). There were no further strength increases from the 8-week to the post-training test. The NP group showed no strength increments after the 12-week training period. No differences were observed in the anthropometric profiles among the training models. In summary, our data suggest that NLP was more effective in increasing both upper- and lower-body strength for trained subjects using split routines.

Dados aparecem na literatura,sugerindo novas perspectivas na periodização de treinamento,dados mostrando diferenças de ganho em força como no exemplo acima e dando uma nova idéia sobre métodos de periodização de treinamento.

No entanto devemos lembrar que além do tipo de periodização que usaremos devemos nos ater também aos métodos e meios de treinamento,devemos lembrar que inúmeras formas de treinamento estão disponíveis e que quantificar e/ou qualificar o quão melhor determinado tipo de periodização possa ser é difícil,pois a ampla variedade de métodos e meios disponíveis podem modificar determinado ganho ou manutenção da forma esportiva.

Analizar o tipo de periodização se linear ou ondulatória é ou não mais eficaz é perigoso ja que em ambas as formas de periodização existem amplas e variadas formas de se dispor o treinamento.

A utilização de métodos contínuos,intervalados,por repetições,fartleck métodos de treinamento que apresentam diferenças em sua estrutura e intenssidade nos impede de avaliar o modelo mais apropriado de treinamento a ser utilizado uma vez que se o objetivo for este de avaliar qual é o mais eficaz o mesmo deveria ser testado em todos os métodos e meios de treinamento existentes nos dando assim uma forma segura de validar qual seria o modelo de periodização mais eficaz.

REFERÊNCIAS BIBILIOGRÁFICAS.

BRAZ, Jorge (2006). Organização do Jogo e do Treino em Futsal – Porto, FCDEF - Universidade do Porto.

CASTELO, Jorge; BARRETO, Hermínio; ALVES, Francisco; SANTOS, Pedro; CARVALHO, João; VIEIRA, Jorge (2000). Metodologia do Treino Desportivo – Lisboa, Edições FMH.

CASTELO, Jorge (2002). O Exercício de Treino Desportivo. A unidade lógica de programação e estruturação do treino desportivo – Lisboa, Edições FMH.

OLIVEIRA, Artur; SEQUEIROS, João; DANTAS, Estélio (2005). Matveev e Verkhoshanski – Estudo Comparativo Entre o Modelo de Periodização Clássica de Matveev e o Modelo de Periodização por Blocos de Verkhoshanski – Brasil, Fitness & Performance Journal, v.4 n.6 p. 358 – 362.

BARBANTI, V.J. Teoria e prática do treinamento esportivo. 2.ed., São Paulo: Edgard Blücher, 1997.

BOMPA, T. Theory and methodology of training - the key to athletic performance. Iowa: Kendall - Hunt, 1994.

FLECK, S.J. & KRAEMER, W.J. Fundamentos do treinamento de força muscular. 2ª ed., Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.

FORTEZA DE LA ROSA, C.A. Treinamento desportivo: carga, estrutura e planejamento. São Paulo: Phorte Editora, 2001.

MATVÉIEV, L.P. Fundamentos do treino desportivo. Lisboa: Livros Horizontes, 1986.

SILVA, F.M. Para uma nova teoria da periodização do treino - Um estudo do atletismo português de meio-fundo e fundo. Tese de doutorado, 359p. Faculdade de Ciências do Desporto e da Educação Física - Universidade do Porto, 1995.

SILVA, F.M. A necessidade de novas elaborações teórico - metodológicas para o treino desportivo: Uma realidade que se impõe. Revista Horizonte, v. XIII, n. 76, mar./abr, 1997.

 

Eduardo Lopes

Personal trainer

Pós graduado em reabilitação cardíaca e grupos especiais UGF

Pós graduado em musculação e treinamento de força UGF

Graduado em Educação física univille

IMAGE_091

Nenhum comentário:

Postar um comentário